Lukas
2283 kmEm conjunto com os meus amigos, andávamos há muito tempo a planear uma viagem pelo Reino Unido, eles de carro e eu de moto. Enquanto preparava a viagem soube do evento Ducati 60k e percebi que as datas para uma das etapas da viagem, eram mais ou menos na mesma altura em que nossa viagem estava planeada, então decidi candidatar-me. Além disso, para lá de explorar o Reino Unido, ter a oportunidade de testar uma V4 Rally pareceu-me uma oportunidade incrível, pois eu já faço parte da família Ducati com a minha Multistrada 950S que trouxe comigo para o Reino Unido.
Quando soube que a minha candidatura foi aceite e a Ducati UK me convidou para participar na aventura, não pensei duas vezes – reajustámos imediatamente os nossos planos iniciais, para tornar tudo possível. A nossa aventura começou no sábado, 29 de junho.
Passámos alguns dias a guiar por Cotswolds e País de Gales e finalmente no dia 2 de julho, chegámos à Ducati Preston para levantar a V4 Rally. Martyn e a equipa da Ducati Preston receberam-nos calorosamente e depois de arrumar a bagagem e tirar algumas fotos, fizemo-nos finalmente à estrada e foi aqui que a parte principal desta jornada começou para mim!
Inicialmente, planeámos visitar a Ilha de Man, mas devido ao calendário apertado, decidimos visitá-la numa próxima vez, indo diretos para o Lake District.
Primeira paragem – Backbarrow e Lakeland Motor Museum – que tem uma coleção imponente de 30.000 (!) peças, incluindo veículos de diferentes formas e feitios, carros e, claro, motos! Aprendemos muito sobre as famosas corridas de TT da Ilha, graças a uma exposição especial no museu que presta homenagem ao Tourist Trophy da Ilha de Man (TT) e que contém uma visão geral da história dessa lendária corrida de motos que começou em 1907! Outra exposição digna de menção foi a dedicada à carreira na competição de Sir Malcolm e Donald Campbell. Havia algo para Ducatistas também, estejam atentos quando visitarem!
Depois do almoço num restaurante nas proximidades, fomos para Coniston Water e, em seguida, procurámos o Swinside Stone Circle – infelizmente a única maneira de chegar à pedra parecia ser a pé – desistimos e continuámos pela Fell Road, onde encontrámos vistas incríveis do Lake District. Começou a ficar tarde e fomos em direção ao Holling Head Campsite, localizado num belo e remoto vale. Quando chegámos, descobrimos que estávamos lá sozinhos e todo o parque de campismo era nosso. Montámos as tendas, acendemos uma fogueira e divertimo-nos muito na conversa e a desfrutar das excelentes vistas. Na quarta-feira, estávamos a vaguear pelo Lake District e, acidentalmente, passámos por uma central nuclear perto de Seascale, além da impressionante arquitetura da central, experimentámos alguns caminhos off-road: nada muito difícil, mas foi uma oportunidade de mudar a Multistrada para o modo off-road. Apesar da pista ser bastante fácil – fiquei extremamente impressionado com a forma como a moto equilibra o seu peso – é uma moto ágil que dá muita confiança, mesmo em piso molhado e escorregadio. Da central, fomos para o Lago Buttermere, onde decidimos deixar os veículos e fazer um pequeno trekking, para ver o lago de cima. Continuámos o nosso passeio, de Buttermere pela estrada B5289 – Honister Pass em direção à cidade de Keswick, onde fiz umas compras e comi uma lamb pie como deve de ser. De Keswick, chegámos ao Castelo de Lowther, mas infelizmente já estava fechado, pelo que só vimos o exterior. Lowther Castle foi o último dia de viagem com os meus amigos, pois eles tinham voo em Londres no dia seguinte. Fiz o caminho diretamente para norte até Glasgow, onde fiquei, já que apanhei alguma chuva forte – reservei dormida num Airbnb e pernoitei. O tempo melhorou muito na quinta-feira e voltei à Ducati Glasgow – a minha viagem a solo será apenas de um dia, pois à noite apanhei a minha noiva no aeroporto de Edimburgo e ela será a minha passageira para o resto da viagem. Estou feliz por poder partilhar esta aventura com ela, mas também curioso sobre como será guiar a V4 com pendura e a sua opinião também. Primeira coisa – preciso ter certeza que a bagagem de ambos cabe nas malas da Ducati – então deixo algum espaço livre. Como tenho um dia inteiro de passeio sozinho decidi voltar para sul, ainda na Escócia, para visitar rapidamente o Galloway Forest Park. De seguida visito as belas ruínas do Loch Doon e do Castelo Lock Don e de lá decido ir para a costa, para Ayr. O tempo está um pouco ventoso, mas no geral bonito e ensolarado, ainda com tempo decidi fazer uma viagem pela costa; por Glasgow e Edimburgo saio da Escócia apenas por um momento, para fazer uma visita ao deslumbrante Castelo de Bamburgh em Northumberland.
De lá, voltando para Edimburgo, onde reservei o hotel – por volta da meia-noite apanhei a Ola no aeroporto, no dia seguinte queremos passear por Edimburgo antes de subirmos para norte, para as famosas Highlands, pois a próxima paragem é a Ilha de Skye!
Na manhã seguinte, fizemos uma visita à biblioteca Waterstone, no seu café no terceiro andar, encontrámos uma bela vista do Castelo de Edimburgo e também fizemos uma visita à Victoria Street, que supostamente foi uma inspiração para o Diagon Alley de Harry Potter. Em Edimburgo, verifiquei as opções para ficar nas terras altas. Vamos para norte, e fazemos uma pausa no Loch Long, almoçámos na cidade de Arrochar, passámos pelo Loch Restill e Loch Fyne e seguimos em direção à cidade de Oban, onde reservámos o nosso acampamento. Em Edimburgo, o nosso anfitrião alertou-nos sobre os midgets das terras altas, pequenos insetos minúsculos que se agrupam em nuvens e podem ser um problema real – felizmente só os experimentámos uma vez, numa das paragens para tirar fotos. Depois de passarmos uma noite num acampamento com uma bela vista costeira – fizemos as malas e seguimos para a Ilha de Skye, destino Neist Point Lighthouse – a estrada sinuosa deu-nos vistas incríveis, e além de chuvas curtas, mas intensas em Fort William, tivemos muita sorte com o clima, pois esteve quase sempre quente e ensolarado. Neist Point é um dos faróis mais famosos da Escócia, perto do município de Glendale. Fizemos uma curta caminhada em direção ao farol, com vistas deslumbrantes sobre as altas falésias e o próprio farol. Já era muito tarde e precisávamos regressar a Fort William. A um ritmo lento, chegámos a um lugar apenas depois da meia-noite – naquele dia tínhamos percorrido 306 milhas em estradas sinuosas, cerca de 9 horas: foi um verdadeiro teste para nós e para a moto. A V4 passou neste teste, foi muito confortável não só para mim, mas também para a Ola. No caminho de volta, ela até se sentiu um pouco confortável demais e estava a adormecer, eu sentia a sua cabeça a cair, cada vez que ela batia no meu capacete com o dela.
No dia seguinte, decidimos visitar lugares ao redor de Fort William, visitámos o Viaduto Glennfinnan – outro lugar que chama muito a atenção aos fãs de Harry Potter, já que é o local onde foi filmado grande parte do cenário arrebatador durante a viagem dos personagens para Hogwarts. Na aldeia de Corpach, fizemos uma visita ao naufragado Corpach Caol, uma grande embarcação de pesca que repousa na praia de Caol, de onde tivemos uma vista incrível de Ben Nevis, a montanha mais alta de todo o Reino Unido. Visitámos o famoso Lago Ness. Não vimos a Nessy, mas comemos um muito bom fish and chips. De lá fomos para sul – passámos pelos famosos Glen Coe e Three Sisters, o tempo estava perfeito, a luz do sol suave e quente e a visibilidade era perfeita – as infinitas colinas verdes são de tirar o fôlego: posso dizer que aquelas vistas são uma das coisas mais bonitas que vi na minha vida. Acampámos na pequena cidade de Drymen no Queen Elizabeth Forest Park, não muito longe de LochLomond.
No dia seguinte, de manhã cedo, explorámos Devil’s Pulpit, um desfiladeiro de 70 pés de profundidade e, depois, seguimos em direção a Stirling, onde visitámos o William Wallace Monument, uma torre de 67 metros que comemora Sir William Wallace, um herói escocês dos séculos 13 e 14. De Stirling, voltámos para Glasgow, onde passámos o resto do dia a passear pela cidade.
Na manhã de terça-feira, depois de visitarmos a Catedral de Glasgow e o Wallace Memorial chegámos à nossa Ducati Glasgow para, infelizmente, dizer adeus à Multistrada V4, passando-a para o próximo piloto que já lá estava.
Foi uma aventura incrível, muito obrigado à Ducati UK por esta oportunidade. E sobre a moto em si – a Multistrada V4 Rally – tudo o que li e assisti sobre esta moto acabou por ser verdade, para mim, a V4 Rally é a melhor moto grande de aventura que o dinheiro pode comprar hoje em dia. Chegou a hora de começar a poupar.
Estrada A82 pela área de Glen Coe e Three Sisters – um dos melhores cenários em que já andei de moto. A Ilha de Skye também é magnífica.
Sei que esta moto é frequentemente apresentada como extremamente potente e rápida. Mas o que me surpreendeu foi a suavidade e facilidade quando se conduz devagar – nas estradas estreitas do Reino Unido e das terras altas, no todo-o-terreno, a moto é fácil de manobrar, fácil de andar, mesmo com passageiro – e estamos a falar de uma moto de aventura de 260 kg com três malas. Graças à potência extra e a dois cilindros adicionais, muitas vezes gostei mais dela do que da minha 950. A evolução do quick shifter torna toda a experiência ainda melhor. E, em curvas apertadas de montanha, a moto curva de forma divertida e precisa, com muito conforto durante todo o dia e excelente proteção aerodinâmica.
Gostei do GPS no écran da moto e nunca tive problemas na conexão
da aplicação com a moto. A moto esteve impecável e o cruise controle com radar foi muito útil. Mas a maior novidade tecnológica foi o monitor de deteção do ponto cego – Foi extremamente útil e deveria estar disponível para todas as motos adv grandes do mercado.
Por último, mas não menos importante – conforto durante todo o dia de condução e, o que é ainda mais importante, o conforto do passageiro foi do mais alto nível – eu não esperava que um dia inteiro de passeio seria possível para a minha noiva, mas ela adorou aquele espaço na parte de trás, com muito espaço para as pernas, encosto macio e assento aquecido. Como escrevi noutra secção, para as minhas necessidades e preferências, a V4 Rally é a melhor moto grande de aventura que existe, pela a forma como anda, as sensações e a estética é somente: top.
Se eu a pudesse comprar agora – trocaria a minha 950 hoje ainda.
As etapas
Descobre as aventuras dos nossos pilotos que, desde o início da sua eleição, percorrerão os caminhos e as estradas mais belas de toda a Europa.